quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

BRASIL COLONIA (1500 a 1808)

A ECONOMIA DO BRASIL COLÔNIA

1 – Período Pré-Colonial (1500 a 1530)

Ciclo do Pau-Brasil: Foi a primeira atividade econômica do Brasil e a primeira devastação ao meio ambiente brasileiro, com a derrubada desordenada da árvore por cerca de 320 anos, até desaparecer do litoral. Durante o ciclo do Pau-Brasil foi utilizado a mão-de-obra indígena e o pagamento se dava através do escambo.

2 – Período Colonial (1530 a 1808)

Ciclo da cana-de-açúcar: A cana-de-açúcar foi trazido para a Colônia por Martin Afonso de Sousa que instalou o primeiro engenho na Capitania de São Vicente em 1532. Embora no final do século XVI já houvesse engenho no litoral de São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo, foi no Nordeste que a cana-de-açúcar obteve grande êxito. O primeiro engenho do Nordeste foi instalado em 1542 na Capitania de Pernambuco, no final do século XVI já havia 115 engenhos. A escolha da cana-de-açúcar para a colônia se deu porque Portugal já tinha experiência do cultivo da planta nas ilhas do Oceano Atlântico, além disso, o açúcar era um produto de grande aceitação no mercado europeu, era um artigo raro e de muita procura, servindo até de dote.

O Capital para a Produção do Açúcar: Devido a falta de recursos para manter a indústria açucareira no Brasil, Portugal manteve a sociedade com os holandeses nas ilhas atlânticas, Portugal ficaria encarregado de produzir e transportar o açúcar da Colônia até o país e os holandeses ficariam responsáveis pelo financiamento dos engenhos, pelo transporte do açúcar de Portugal à Holanda, pelo refino e colocação do produto no mercado. Com isso, os holandeses ficariam com os maiores lucros da indústria açucareira.

A Mão-de-obra da Cana-de-açúcar: A economia açucareira exigia vasta mão-de-obra, diante disso, Portugal passou a trazer escravos negros do continente africano, adquiridos em forma de escambo. No último quartel do século XVI, foram trazidos 50 mil escravos principalmente para Pernambuco e Bahia, vinha em sua maioria da Guiné e África Ocidental. A partir de 1600, passou a vir 8 mil escravos por ano, vinha também de Angola e do Reino do Congo e integravam dois grandes grupos, os bantos e sudaneses. Ao chegarem ao Brasil, os escravos eram enviados aos armazéns onde eram negociados para trabalharem na plantação da cana-de-açúcar. Nos engenhos os escravos trabalhavam até 18 horas por dia, alimentavam-se de comida de péssima qualidade e convivendo com a violência, ao demonstrar sinais de cansaço, cometer furto, tentar fugir ou se rebelar. A media de vida de um escravo chegava a 10 anos, em 2 anos o proprietário retirava a despesa de sua compra, o restante era lucro.

Organização Social Colonial Açucareira: Além de escravista, era rural e patriarcal. A sociedade colonial açucareira possuía dois grupos sociais básicos e opostos entre si, o grupo dos Senhores e o grupo dos Escravos.

Grupo dos Senhores de Engenho: Era constituído do proprietário das terras, dos engenhos, do gado e dos escravos.

Grupo dos Escravos: Eram comprados, vendidos, alugados e trocados. Não possuíam nada e não eram donos nem de si mesmos.



Outros Grupos Sociais na Sociedade Açucareira:

Trabalhadores Livres e Assalariados: Feitor, mestre do açúcar, purgador, carpinteiro.

Agregados: Faziam todo tipo de serviço em troca de comida e moradia.

O Papel da Mulher

Mulher Branca: Era educada para ser esposa e mãe. A filha, Sinhazinha, devia se casar entre 15 e 17 anos, devia aprender e costurar, bordar e a fazer doces. Somente podia sair de casa acompanhada do pai e da mãe. Não sabia ler e nem escrever.

Mulher Negra: Escravizada, não era dona do seu próprio corpo, era utilizada nos serviços domésticos, como ama-de-leite, sofria a degradação da sua sexualidade ao ser constantemente seviciada e pela exclusão.

Ciclo do Ouro:

Desde a chegada ao Brasil em 1500 que os portugueses sonhavam em encontrar ouro na Colônia. Finalmente em 1693, os bandeirantes localizaram o metal na área hoje é denominada Minas Gerais. Foi grande o afluxo de pessoas para a região, esvaziando muitas cidades e vilas e até engenhos do Nordeste.
A exploração do ouro e diamante foram responsáveis pelos rumos da Colônia na interiorização e no desenvolvimento urbano, através do surgimento de vilas e povoados nas regiões mineradoras, provocando a diversificação profissional na região.
O Governo de Portugal passou a regulamentar a exploração do ouro, proporcionando a concentração do metal nas mãos de poucas pessoas, assim como criou impostos destacando-se o quinto e a capitação. O quinto estabelecia que 20% do ouro extraído na Colônia e fundido nas casas de fundição pertenciam ao rei de Portugal e a capitação estabelecia uma taxa a pagar à coroa por cada escravo na exploração das minas.
Os tributos chegaram a provocar revolta contra a coroa portuguesa, como a de Vila Rica em 1720.
Em 1729, foi descoberta a existência de diamante nas Minas Gerais, sendo imediatamente decretado como monopólio da coroa portuguesa.
Diante da riqueza de Minas Gerais, o Governo de Portugal passou a gastar muita riqueza em ostentação, no entanto, a partir da segunda metade do século XVIII, a exploração de ouro começava a escassear, levando a coroa portuguesa a aumentar mais a arrecadação de impostos, gerando insatisfação na área das Minas Gerais.
O esgotamento das jazidas, associado à inexistência de técnicas apropriadas de mineração, foram os responsáveis pela decadência do ouro no final do século XVIII.

Outros Produtos da Economia Colonial:

Fumo: Embora tenha ocupado uma posição secundária na economia colonial, sua plantação e exportação partiam do Nordeste e era utilizado como produto para troca pelo escravo na África, juntamente com a aguardente.

Algodão: Desenvolveu-se no Nordeste, em especial no Maranhão, progrediu com a crise nos Estados Unidos, devido à independência dos EUA e por ser matéria prima da indústria têxtil da Inglaterra.

Pecuária: Enquanto no Nordeste constituía uma atividade econômica independente da indústria açucareira, no sul do país, era subsidiária da mineração.

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